Tuesday, September 04, 2007

Entre tragos e palavras

Qualquer lado me liberta;
a parede daqui, a de lá.
Que muro é este que não há,
se não a passagem indiscreta?

O que me cerca é indivisível.
É um todo que parte de encontro
ao riso vivo e solto,
à solidão morta e redutível.

Quem eu sem tal momento,
preso ao cercado inofensível
feito da virtude de um rosto amigo?

A poesia da vida a se concentrar
no momento em que o tempo está parado.
Na nostalgia que brinda o presente passado,
na biografia que foi, é e será(?)

A mesa escuta tudo:
Meu amor e suas pulsadas,
meu humor e suas risadas.

Entre tragos e palavras,
a existência ganha sentido
"Não há partes se não partido,
não há parede, nem cerco, nem nada".

1 comment:

Sinayoma said...

Eu vou contar pras pessoas -muito metida - que eu conheci um dos poetas mais bonitos quandoe le ainda nem era aclamado. E eu já sabia disso...desde aquele poema dos peixinhos...

;)